Fui hoje tomar minha oitava aplicação de Herceptin, o que ocorre a cada 21 dias. Como sempre, duas tentativas para pegar uma veia boa porque, com o tempo, elas vão ficando "cansadas". E, convenhamos, de 8 de novembro de 2013, quando iniciei a quimioterapia, até agora, foram muitas furadas, da mão até perto do cotovelo. A previsão é terminar em janeiro esse complemento do meu tratamento, que não é considerado propriamente uma sessão de químio, já que não se trata mais de um coquetel de drogas e sim de uma droga isolada.
O Herceptin é para aumentar a imunidade, evitando que as células enlouqueçam, e só é indicado para o tratamento do subtipo de câncer de mama HER2 positivo, que representa de 15 a 25 por cento dos casos (porque será que eu nunca ganhei na loteria?! Vou passar a jogar mais...). O subtipo é identificado no teste molecular de imunoistoquímica, que é a "carta de identidade" do tumor , realizado após a cirurgia. O Herceptin já fazia parte do tratamento desde o começo, mas minha onco achou por bem que eu continuasse tomando por mais um ano, porque ele é um anticorpo que é atraído pelo receptor Her2, uma proteina abundante nesse meu subtipo, que alimenta o câncer. A função do Herceptin é invadir essa proteína, provocando distúrbios no funcionamento das células tumorais (morram desgraçadas!), por isso é chamado de "terapia-alvo".
É claro que nessa altura eu espero que as tais células tumorais estejam mortinhas da silva. Mas o complemento da quimioterapia, junto com a hormonoterapia (um comprimido de Tamoxifeno após o jantar, durante cinco anos), é importante para prevenir a recidiva, o terror de todo mundo que já teve câncer. Meu Tamoxifeno já mora na mesa da cozinha, e o último gole da bebida do jantar, geralmente café mesmo, vai junto com ele, assim não esqueço de tomar o bendito.
- 20:19
- 2 Comments