Eu, Mariza

Como resumir em poucas palavras quem uma pessoa é? São 60 anos de vida (pois é, sou sexy...), então me sinto privilegiada por acompanhar as transformações do mundo desde os anos 50. São tantas. Quando era criança minha filha costumava perguntar: "mãe, como era no teu tempo?", referindo-se a minha infância. Meu tempo é hoje, e tenho muita curiosidade de ver o que vem pela frente.  Como sou uma eterna otimista, espero que venha muita coisa boa.

Fui uma adolescente tímida e até parte da vida adulta tinha medo de falar em público, sentia a pressão de ter de me mostrar inteligente;  invejava quem tinha a capacidade de atrair uma grande roda de amigos. Uma enorme ebulição interior, que não encontrava expressão no exterior. Talvez por isso escolhi o jornalismo como profissão, me forçando a enfrentar pessoas e situações; talvez por isso fiz teatro; talvez por isso casei várias vezes. Finalmente, hoje,  me aceito como pessoa introspectiva que adora o silêncio e a solidão. Gosto de morar sozinha. Tenho dois gatos, meia dúzia de amigos fiéis (sei agora que qualidade e não quantidade é o que importa), uma filha maravilhosa que mora na Suécia com o marido viking e uma família que me ama incondicionalmente.

Não gosto de jogos do tipo "defina-se em uma palavra". Pessoas são múltiplas, é impossível resumir-se tanto assim. Mas posso dar indícios de quem sou: nasci em 27 de dezembro, portanto sou capricorniana, séria e obstinada como todos os regidos por Saturno; mas quem rompe minhas barreiras de proteção descobre que sou bem humorada, sensata, fácil de conviver, apesar de estressada. Por fora uma rocha, por dentro manteiga derretida. Amo cinema, teatro, música, dança, praia, animais, fotografia, televisão e literatura (trabalho numa editora, a literatura faz parte da minha vida diária). Curto percussão: integro há mais de dez anos um maracatu de baque virado (toco alfaia, abê, ganzá e agogô). Também toco um pouco de pandeiro. Estudo inglês. Não gosto de cerveja nem cigarro, mas amo caipifruta de kiwi, de cajá, de morango, de uva preta... delícias refrescantes. Sidra de pera, que experimentei em Estocolmo, virou outra paixão.

Sou vaidosa, mas não consumista; procuro estar bem na foto sem fugir do meu orçamento. Adoro dançar. Dou vida boa aos meus gatos, Sivuca e Tininha. Amo viajar apesar de ter medo de avião, se pudesse me teletransportaria. Gosto de dirigir, mas não a noite, e detesto o trânsito louco do Recife; quando estou de carona fico "freando" e me segurando desesperadamente (em compensação, adoro pegar estrada: eu na direção, é claro). Só durmo bem com escuro e silêncio, e em minha própria cama. Aceito namorar mas sem planos de casamento.

O sol me deixa alegre, a lua me deixa nostálgica, desejando coisas e mundos que nunca vou alcançar (deve ser o sangue dos meus ancestrais indígenas...). Adoro barulho de chuva no telhado e o cheiro de terra molhada. Escrevo poesias que não mostro a ninguém. Sou preguiçosa e estou sempre atrasada, o que abomino nos outros, mas mantenho minha casa em (quase) perfeita ordem. Pago impostos e não devo nada a ninguém. Enfim, sou contraditória, sou humana, sou mulher, sou totalmente do bem.

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