Comecei a fase 2

14:45

Finalmente entrei na fase 2 da quimioterapia, que é bem mais leve que a primeira. Aliás, foi péssima a última sessão da primeira fase - Vermelha -, no final de janeiro (foram quatro, realizadas a cada 21 dias, começando em novembro). Além de ter passado um grande estresse com a Unimed , que mudou de repente os procedimentos de autorização para a quimioterapia (!),  tive rejeição aos medicamentos que controlam os enjoos: não suportava nem pensar nos remédios (seis comprimidos diariamente, sendo um pra proteger o estômago: Nausedron, Plamet e Pantaprazol), tinha vontade de vomitá-los ao levá-los à boca, ficava nauseada com qualquer cheiro e até água me repugnava! Abandonei tudo no terceiro dia e tentei controlar os enjoos comendo laranja mimo e tangerina e literalmente mergulhando a cara nas cascas para cheirar. Conversei com algumas pessoas que passaram pela mesma situação, todos disseram que abusaram totalmente a medicação, e meu clínico geral, que também é cardiologista, disse que isso é comum porque a carga é  muito forte para ser metabolizada: o esôfago não suporta.

A fase 2 - Branca - começou sem nenhum enjoo (Aleluia!) e a recomendação de que se sentisse náuseas poderia tomar outro tipo de medicação: Plasil e Dramamine. Mas não foi necessário. A primeira sessão durou 4h40 minutos, porque a medicação foi aplicada lentamente, para melhor observação das minhas reações. Uma das reações - que é muito particular,  a maioria das pessoas não tem isso - é ficar com as pernas inquietas, uma espécie de "aflição" que não encontra alívio em nenhuma posição e que me impede de dormir apesar de ficar grogue. A coisa vem se repetindo a cada sessão, com menos intensidade do que na primeira vez. As sessões agora são semanais, toda sexta-feira de manhã, e nas duas primeiras fui acompanhada pela minha filhota maravilhosa, que veio de Estocolmo me visitar e ficou 15 dias comigo (é pouco, mas melhor que nada: foi uma alegria enorme, a visita foi quase de improviso e só aconteceu graças ao pai dela, que mandou a passagem. Valeu PH.).

Tenho convivido com algumas reações estranhas, como "choque" nos músculos das pernas (Paracetamol nelas), e sangramento no nariz, devido ao ressecamento das mucosas (Sorine infantil nele), mas nada que se compare a sentir enjoo porque não impede de trabalhar, cuidar da casa e sair para jantar fora ou circular no shopping (ninguém é de ferro e uma roupinha nova levanta o astral de qualquer mulher). Tô gorda feito uma vaca (será do corticoide, que tomo para aumentar a imunidade? Também não perdi o apetite e como feito uma desesperada...);  a pressão subiu, a pele das mãos e pés está muito ressecada, com rachaduras, mas o rosto está macio feito bumbum de bebê, porque aumentei bastante o uso de hidratante e ingestão de água (aliás, a pele bonita e a aparência mais jovem são a parte boa da genética dos Pontes. A parte ruim é ter cabelos brancos desde cedo: nada é perfeito...). As unhas continuam pretas, ainda efeito da quimioterapia da primeira fase;  em compensação, acho que os cabelos começaram a crescer porque tenho visto uns "toquinhos" brancos espetados e sinto que a nuca está ficando com uma penugem. Logo serei cabeluda outra vez: não vejo a hora, porque não gosto de peruca e os lenços incomodam, prefiro andar careca mas o frio - principalmente de ar-condicionado - me atinge diretamente e pode me fazer resfriar. Vade retro, ando fugindo de resfriado feito o diabo da Cruz; se depender de mim, essa lista de  efeitos colaterais não vai crescer nem a pau.



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