Todo mundo conhece alguém, parente ou amiga, que tem ou já teve câncer de mama, mas o nosso conhecimento não vai além da necessidade de prevenção, com apalpação e  mamografia anual, e que a cura passa por cirurgia e quimioterapia. E é claro que quando estamos com saúde não vamos perder tempo pensando ou pesquisando sobre doença, né.

Mas, quanta coisa existe relacionada com o câncer de mama! De repente, entram no nosso vocabulário palavras como linfonodo, cintilografia, agulhamento, radioterapia, quadrantectomia, mastectomia, drenagem linfática e otras cositas mas. Talvez, se soubéssemos quantos problemas são decorrentes do câncer, ficaríamos mais atentas à prevenção.

Olhaí, mastologistas, fica o recado: quando suspeitarem de algo irregular, substituam o clássico aviso, quase indiferente,  de "volte em seis meses" por um discurso mais contundente, alarmista mesmo. Digam, por favor, que essa doença AINDA MATA se não for detectada a tempo; que apesar dos avanços que garantem a cura, a cirurgia é apenas o primeiro passo; que quando há retirada dos gânglios da axila, os movimentos ficam prejudicados, exigindo que se faça drenagem linfática por muito tempo ou pelo resto da vida, dependendo do caso; que o tratamento é longo e repercute em todo o organismo, sendo que a queda de cabelos é apenas a parte visível da coisa, havendo muitos outros efeitos colaterais.

Tenho percebido que  muitos médicos deixam de alertar para a gravidade da situação para não assustar a paciente, ou por acharem que a mulher moderna é suficientemente informada dos riscos que corre. Coitadas de nós, ao mesmo tempo que nos trouxe muitas conquistas a modernidade  também nos legou uma carga pesada, que inclui o trabalho, a casa, os filhos, a carreira, a vida social, o trânsito e todo caos urbano que temos de enfrentar, o que faz com que, inúmeras vezes, deixemos para depois os cuidados com a nossa saúde, e aquela "volta em seis meses" acaba sendo adiada por um ano ou mais. Nessas alturas, o câncer já pode estar instalado.